Mudar Perspetivas – As Crónicas das 17h
Como é que começamos a mudar o mundo? Não, não estamos a falar de derrubar governos ou de inventar uma nova tecnologia revolucionária (apesar de ser fixe). Estamos a falar de algo bem mais simples e, ao mesmo tempo, incrivelmente poderoso: mudar a forma como olhamos para os outros.
Já reparou como a palavra “inclusão” ainda faz algumas pessoas revirar os olhos? É como se dissessem: “Lá vem mais uma conversa sobre ‘coitadinhos’ ”. E sabem que mais? É exatamente isso que queremos desconstruir.
Pessoas com deficiência não precisam de pena. Precisam de acessibilidade. Não querem olhares de compaixão. Querem igualdade de oportunidades. Então, vamos direto ao ponto: ser inclusivo não é uma escolha moral elevada, é uma questão de justiça. É sobre criar um mundo onde as diferenças não sejam desculpas para erguer barreiras, mas sim pontes.
A inclusão é prática, não teórica. É um café que pensa no espaço para cadeiras de rodas. É uma escola que ensina com linguagem gestual. É uma empresa que olha para competências, não para limitações. É um vizinho que não estaciona no lugar reservado “só porque foi apenas um minutinho”.
Mudar perspetivas exige mais do que palavras bonitas; exige ação. E sabe qual é a melhor parte? Cada pequena mudança tem um impacto gigante. Porque, no fundo, ser inclusivo não nos faz melhores pessoas – faz de nós pessoas, ponto.
Duarte Martins
A foto que acompanha este artigo é da autoria de Riccardo Vespa , retirada do site Pexels.

