Wake up, Cinderela!

Cinco alunas portuguesas criam tiras que detetam drogas em bebidas e brilham na Europa

Num mundo onde as festas nem sempre são só dança e glitter, cinco jovens portuguesas decidiram dizer basta. Carlota, Raquel, Sofia, Joana e Maria, alunas do 12.º ano do Colégio de Santa Doroteia, em Lisboa meteram mãos à obra e criaram um produto inovador chamado Cindy, são tiras biodegradáveis que detetam drogas em bebidas.

Representaram Portugal no Gen-E 2025, em Atenas, e ainda trouxeram um prémio para casa.

O Cindy, idealizado no âmbito da disciplina “Inspira-te, Faz e Cria”, foi desenvolvido pela empresa Cindy-UP. Basta colocar uma tira na bebida, se ela brilhar em fluorescente, é sinal de que há ali algo mais do que gelo e limão. Simples, eficaz e urgente.

O caminho até Atenas não foi feito de rosas. Começou com um apagão (literal) durante o Junior Market, em abril, quando a Península Ibérica ficou às escuras e o stand da Cindy-UP ficou por montar. Mas a resiliência falou mais alto e o projeto passou à fase nacional. Resultado? Um lugar de destaque entre as 10 finalistas do Gen-E Portugal e, mais tarde, um bilhete só de ida para a capital grega.

Apesar de não terem levado o troféu principal, a CEO Carlota Pereira recebeu o prémio Alumni Leadership Award. “Foi incrível. Senti-me verdadeiramente apoiada pela minha equipa. Sem elas, nada disto seria possível”, disse Carlota, entre sorrisos e aplausos.

Mas isto não é só um caso de sucesso escolar, é uma chamada de atenção. “Conhecemos pessoas próximas que passaram por situações de bebida adulterada. Este é um problema real, e queremos mudar mentalidades”, afirma Joana Rodrigues, diretora de marketing da Cindy-UP.

O protótipo ainda está a ser afinado, com a ajuda da polícia (para identificar as drogas mais comuns como cetamina, GHB e MDMA), e de professores de Biologia e Artes. Agora procuram investidores e aliados para levar esta ideia ao mercado.

Porque, como dizem no seu vídeo de apresentação: “Wake up, Cinderella!”

É hora de acordar e de proteger quem queremos ver sempre bem.

Fonte: Expresso, artigo de João Sundfeld com edição de Hélder Gomes.